Jogadores e treinador deixam Colo Colo na mão e tigre tem apoio em Uruçuca
O Colo Colo, de Ilhéus, ainda não deu o pontapé inicial na sua tentativa de retornar à primeira divisão do campeonato baiano. Mas já sofreu a sua "primeira grande derrota fora de campo". Após anunciar uma equipe forte, mesclada por jogadores de outros estados e do Feirense, de Feira de Santana, que havia disputado a elite deste ano e foi eliminado ainda na primeira fase, o Colo Colo viu, em apenas um dia, ruir a base da equipe que vinha sendo preparada para a estreia.
Dez jogadores - a maioria considerada titular - e mais o treinador Edson Ferreira, alegaram "proposta irrecusável" do São Raimundo, de Manaus, e deixaram o clube ilheense da noite para o dia. A medida intempestiva parece não ter sido boa para todo mundo. Pelos menos três jogadores já ligaram para a nova comisssão técnica, demonstrando arrependimento pela decisão tomada e dispostos a retornar a Ilhéus. A direção do clube, entretanto, ainda não se pronunciou sobre um possível "perdão".
O Jornal Bahia Online apurou que há "fortes indícios" que o clube vem sendo vitima de uma campanha difamatória, feita por pessoas ainda não identificadas pela direção. "Tem gente que não quer a nossa volta", assegura um dirigente. Segundo ele, um desses indícios teria sido identificado no restaurante que começou a servir a alimentação dos atletas. "Fomos num primeiro dia, pagamos as refeições à vista. No outro dia quando voltamos a mulher disse que não poderia mais nos atender. Procuramos outro, fizemos a mesma coisa. E, surpreendentemente, fomos procurados por ela, novamente, arrependida da decisão tomada. Nos disse que não deveria ter dado ouvidos ao homem que foi lá contar umas coisas sobre o clube e falar que ela receberia calote", denuncia. "Quem agiu no restaurante, por certo, tem participação na decisão dos que deixaram o clube repentinamente. Vimos pessoas muito suspeitas se aproximando demais do treinador nos últimso dias", completa o dirigente.
Para fugir do tsunami que atingiu o clube antes mesmo de entrar em campo no estadual, a direção resolveu aceitar um convite feito pela prefeita de Uruçuca, Fernanda Silva. É na vizinha cidade que o Colo Colo deu início à uma pré-temporada mais tranquila, longe do foco da crise. Tem, gratuitamente, a estrutura de concentração, o estádio municipal para treinar e tranquilidade para manter-se vivo como clube profissional. A chegada do time a Uruçuca foi carinhosa e os apaixonados pelo futebol na cidade prometem dar apoio ao representante do sul da Bahia na competição estadual. Por decisão da prefeita, os dois amistosos que o time realizará com a seleção amadora local, terão a renda destinada ao Colo Colo, para as despesas mais emergenciais.
Para a prefeita de Uruçuca, Fernanda Silva (PT), a ação representa mais uma atividade de engajamento sociocultural da administração que leva para a população espaços e momentos de lazer. “O futebol é um dos esportes mais praticados na região e teremos a ampliação e reforma do estádio do município para atender a demanda. Este ano firmamos essa parceria e vamos manter outras atividades, como a participação da seleção de Uruçuca em campeonatos e as ‘peneiras’ para clubes com destaque nacionais”, pontua a gestora.
O secretário municipal de Esportes, Cultura e Lazer, Moisés Alves, informa que foram convocados para o primeiro jogo amistoso contra do Colo-Colo, 23 atletas da seleção uruçuquense. Segundo Alves, esta lista está sujeita a alteração. “Os amistosos servirão para comissão técnica local avaliar atletas, visando integrar a futura seleção de Uruçuca, que participará do Campeonato Intermunicipal e também para treinamento da equipe visitante”. Os jogos amistosos serão realizados nos dias 2 e 9 de março, dois domingos, sempre às 15h. O Colo-Colo deverá estrear na segunda divisão do Baianão no dia 16 de março.
Enquanto isso, em Ilhéus, a Prefeitura, alegando crise financeira, não dá sinais de que vai ajudar o clube. Se tudo der certo, haverá quem apareça apenas na hora da foto oficial.